Linfedema é o acúmulo de líquido linfático em uma região do corpo. Existe o linfedema primário e o linfedema secundário. O linfedema primário pode ser congênito, precoce ou tardio. O linfedema secundário pode ocorrer: pós-filariose; pós-tuberculose; pós-linfangítico (pós- infeccioso); pós- neoplasias; pós-cirúrgico; pós-radioterapia.
O linfedema ocorre quando o transporte não é efetivo, ou quando a demanda da drenagem linfática é maior que a capacidade do transporte.
O linfedema é classificado em estágios:
E0 – latência; assintomático (normal);
E1 – Edema depressível; pouca ou nenhuma fibrose; regressão completa com o repouso (reversível espontâneo e melhora com menos de 24h de repouso);
E2 – Edema progressivo para fibrose; desaparecimento do sinal de Godet; não regride com repouso (reversível com tratamento; melhora com menos de 24h de repouso);
E3 – Edema não regride.
Na maioria dos casos, o linfedema é decorrente de processos pós-infeccioso (erisipela e linfangite de repetição) lesando a cadeia linfática (lesa o capilar linfático), ou por neoplasia (lesa a cadeia ganglionar).
QUADRO CLÍNICO / DIAGNÓSTICO
Geralmente é um edema unilateral, indolor, pouco depressível, sinal de Godet negativo, e sinal de Stemmer positivo. Um dado importante é a história de infecção prévia na perna. O diagnóstico é realizado pela anamnese e pelo exame físico, além de exames complementares, como a linfocintilografia.
TRATAMENTO
O tratamento é essencialmente clínico na maioria dos casos. O objetivo do tratamento clínico é reduzir o edema, recuperar a função, reduzir complicações e recuperação estética. Esse tratamento depende muito da aderência do paciente às orientações e de uma equipe multidisciplinar.
A terapia medicamentosa recomendada são as drogas linfocinéticas, as quais atuam para melhorar a drenagem capilar e a contração dos linfangions.
A terapia física complexa compreende uma fase descongestiva de 8 semanas, para posterior fase de manutenção perene. Nessa terapia física complexa, realiza-se: drenagem linfática manual; contenção elástica e inelástica; melhora nas condições da pele; exercícios linfomiocinéticos. Por esses motivos, o tratamento do linfedema é uma tarefa multidisciplinar.
O tratamento cirúrgico é indicado em situações específicas e, portanto, deve-se avaliar a cada paciente individualmente.