A Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) caracteriza-se pela diminuição da luz arterial de forma lenta e progressiva. As manifestações fisiopatológicas são decorrentes de dois (2) mecanismos: obstrução/estenose, ou embolização.
A aterosclerose é a principal causa de DAOP, podendo acometer as artérias coronárias, carótidas, aorta, artérias ilíacas e artérias dos membros inferiores, além das artérias viscerais. Outras causas de DAOP, podem ser: tromboangeíte obliterante (TAO); Arterite de Takayasu; Síndrome do Aprisionamento da Artéria Poplítea (SAAP); Distúrbios hematológicos (Trombofilias, Policitemia Vera, Trombocitose); Degeneração Cística da Adventícia; Displasia Fibromuscular; Embolia recorrente.
Os principais fatores de risco para DAOP são: idade avançada (risco aumentado com a idade, predominando entre os 50-70 anos); sexo masculino; tabagismo; Diabetes Melito; Hipertensão Arterial Sistêmica; Dislipidemia; Hiper-Homocisteinemia; Estados de Hipercoagulabilidade; Marcadores Inflamatórios; Fatores genéticos.
QUADRO CLÍNICO/DIAGNÓSTICO
A apresentação clínica da DAOP ocorre desde uma estenose assintomática, evoluindo para uma claudicação intermitente (dor inicialmente localizada nas panturrilhas, provocada pela atividade física que melhora com o repouso). Conforme a progressão da doença, a claudicação pode ser tornar incapacitante, a ponto de não conseguir deambular pequenas distâncias. Com o avanço da doença, a dor ocorre em repouso. A fase mais avançada é quando surgem as lesões tróficas, que são ulcerações e gangrenas, com ou sem infecção associada. Essas lesões, para cicatrizarem, precisam de aporte sanguíneo adequado. As ulceras arteriais (lesões tróficas) são causadas pela insuficiência de fluxo arterial no membro e essa diminuição do fluxo sanguíneo está relacionada à aterosclerose (que causa estenose ou oclusão, impedindo o aporte sanguíneo adequado).
No início da doença, a DAOP geralmente é unilateral, mas em mais da metade dos pacientes já pode haver comprometimento da perna contralateral em menor grau. Com a progressão da doença, um terço dos claudicantes irá apresentar sintomas bilateralmente em 5 anos.
A progressão da doença é variável, dependendo da localização da obstrução, da presença ou não dos fatores de risco, como HAS, DM, Dislipidemia, tabagismo, fatores genéticos, dieta, obesidade. O prognóstico do restabelecimento do fluxo sanguíneo é mais reservado quanto mais distal for a oclusão.
O diagnóstico inicia-se com a anamnese e o exame físico, associados a exames complementares de imagem.
TRATAMENTO
Como parte do tratamento clínico, é indicado realizar o controle dos fatores de risco, realizar exercícios físicos supervisionados (como caminhadas diárias). A parte complementar do tratamento consiste na associação de terapia medicamentosa, e, dependendo do estágio em que o paciente esteja classificado, indica-se cirurgia de revascularização.
O tratamento depende da classificação do estágio em que o paciente se encontra. Paciente com claudicação não limitante, indica-se tratamento clínico. Pacientes com claudicação limitante, dor em repouso e lesões tróficas, faz-se indicação para o tratamento cirúrgico ou endovascular (sempre associados ao tratamento clínico).