A aterosclerose é a principal causa de acidente vascular cerebral isquêmico. É um processo lento, que inicia com a formação da placa de ateroma, evoluindo para um estreitamento progressivo da luz arterial. A aterosclerose está associada ao processo de envelhecimento, ao turbilhonamento do fluxo na bifurcação, a hipercolesterolemia e a hipertrigliceridemia, além do estresse inflamatório causado principalmente pelo tabagismo. Também está associada a diabetes, hipertensão arterial e obesidade. Existem outras doenças carotídeas que são de origem não ateroscleróticas, como as vasculites, a displasia fibromuscular, a dissecção, os aneurismas e traumas.
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Os sintomas dependem do local da obstrução do fluxo sanguíneo cerebral. As manifestações variam de episódios de ligeira disfunção cerebral, com rápida recuperação, ou até a quadros que deixam sequelas definitivas (e até mesmo óbito).
O quadro clínico inclui alterações sensitivas (parestesias, anestesia, disestesias), alterações motoras (hemiplegia, hemiparesias), alterações da linguagem (afasia, disfagia, disartria), amaurose fugaz.
O rastreio da doença aterosclerótica tem como objetivo identificar os portadores da doença aterosclerótica. É indicado para pacientes com >65 anos com >2 fatores de risco. O exame de escolha para realizar esse rastreio é o ecodoppler de carótidas e vertebrais. Outros exames complementares são a angiotomografia, a antirressonância e a arteriografia.
Os pacientes são classificados em sintomáticos ou assintomáticos. Os sintomáticos são os pacientes com estenose carotídea com >50% de estenose com episódio de ateroembolismo clínico ou radiológico, nos últimos 6 meses. Os assintomáticos são os pacientes com estenose carotídea com >50% de estenose, sem episódio de ateroembolismo clínico ou radiológico nos últimos 6 meses.
TRATAMENTO
O tratamento dos pacientes com aterosclerose carotídea inclui o tratamento clínico otimizado, bem como o controle dos fatores de risco (diabetes, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, cessar tabagismo, fazer atividade física).
O tratamento cirúrgico é realizado nos casos selecionados e indicados, podendo ser a endarterectomia (cirurgia) e a angioplastia (tratamento endovascular), sendo que a indicação é individualizada conforme o quadro de cada paciente.