Para a realização de hemodiálise, é necessário um acesso venoso calibroso, que permitam fluxo sanguíneo de alto débito. Nesse sentido, há a diálise por cateter e a diálise por fistula arteriovenosa (FAV)
Os acessos podem ser divididos em 2 grupos:
- Permanentes ou definitivos: são as fistulas arteriovenosas (FAV);
-Temporários: são os cateteres (que podem ser de curta ou longa permanência).
De acordo com a literatura, a fístula arteriovenosa é o melhor acesso vascular e deve ser a primeira opção, pois possui maior patência, fluxo adequado, baixa taxa de trombogenicidade e não tem material sintético em sua confecção.
CATETER
O cateter pode ser de curta permanência, ou de longa permanência.
O acesso temporário é utilizado em pacientes cuja necessidade de hemodiálise seja temporária; em pacientes com insuficiência renal crônica que ainda não tenham um acesso definitivo; ou naqueles que ainda não tenham uma FAV maturada (pronta para iniciar a hemodiálise).
O cateter de curta permanência é um cateter de duplo lúmen, não tunelizado, utilizado quando a hemodiálise dever ser prontamente instituída. No mercado, existem diversos tipos, os quais podem ser implantados na veia jugular, na veia subclávia, na veia femoral comum. A punção é realizada com ultrassom, e após o implante do cateter é realizado uma radiografia de controle para identificar o posicionamento do cateter. A complicação mais frequente é a infecção, mas podem ocorrer outras complicações como: sangramento, arritmias, hemotórax, pneumotórax, trombose do cateter, estenose da veia.
O cateter de longa permanência é utilizado para acesso vascular de longa duração, e em alguns casos como acesso definitivo, quando outras opções de acesso não estiverem disponíveis. A punção é realizada com auxílio do ultrassom e o implante é realizado com fluoroscopia (para avaliar e posicionar o cateter). Esse tipo de cateter é realizado no bloco cirúrgico, sendo que as complicações podem ser as mesmas do cateter de curta permanência.
FÍSTULA ARTERIOVENOSA
A FAV é realizada através de uma “conexão” (anastomose) entre uma artéria e uma veia, permitindo que a veia a ser puncionada, tenha um alto fluxo sanguíneo. A FAV também pode ser realizada com enxerto sintético (prótese), quando não existe veia nativa disponível (a veia sempre é melhor que o enxerto sintético, pois tem mais durabilidade e menos chances de complicações). Existem dois tipos de acesso permanentes: a FAV autóloga (confecção com veia) e a FAV heteróloga (confecção com prótese).
As complicações mais comuns tendem a ser: trombose, estenose, infecção, aneurisma, pseudoaneurisma, roubo de fluxo, isquemia, insuficiência cardíaca, hipertensão venosa, lesão nervosa. Após a confecção da FAV, é de fundamental importância manter acompanhamento para se prevenir complicações.
A escolha do local da confecção da FAV é baseada em critérios clínicos do exame físico e em critérios de exame complementar como o ultrassom, para avaliar o diâmetro dos vasos e sua perviedade.